No entanto, não existem, até à data, dados suficientes que fundamentem a utilização destes parâmetros como indicadores de inflamação eosinofílica da doença4. A demora que normalmente existe entre o início dos sintomas e o diagnóstico é em média 4,3 anos (1-13 anos). A EEo tem um caráter crónico e recidivante, sendo a atividade da doença muito variável. Tem sido sugerida uma flutuação da atividade da doença AZD2281 order dependente da exposição a aeroalergénios, nomeadamente pólenes15. Podem surgir complicações, nomeadamente alterações
estruturais como fibrose ou estenose que podem ser irreversíveis, bem como alterações funcionais. Até à data, não houve associação a neoplasias malignas25. A importância de tratar estes doentes prende-se com 3 vertentes: melhoria da qualidade de vida, diminuição do risco de lesões esofágicas graves que levem ao impacto alimentar e prevenção da lesão selleck inhibitor do órgão causada pelo remodeling tecidular 26. O tratamento incide na dieta alimentar, tratamento farmacológico e tratamento endoscópico. Existem 3 tipos de dietas de evicção: dieta de evicção dos alimentos reconhecidos como mais alergénicos tais como leite, ovo, peixe, marisco, frutos secos, amendoim, soja e trigo
(eficácia 74%), a dieta orientada pelos resultados da avaliação alergológica (eficácia 76%) e a dieta elementar, baseada numa fórmula de aminoácidos (eficácia 88 a 100%)13, 21 and 27. Nos últimos anos, tem-se demonstrado a eficácia clínica e histológica destas dietas, sobretudo nas crianças28. No entanto, num estudo realizado em adultos, verificou-se que a dieta de evicção dos alimentos reconhecidos como mais alergénicos tinha uma eficácia de 78%22. A dieta elementar, aplicável habitualmente
nas crianças, apesar de ser a mais eficaz, é aquela que é mais difícil de cumprir. Por um lado, pelas restrições alimentares subjacentes e, por outro, pela necessidade de ingestão de grandes volumes de fórmulas Dipeptidyl peptidase elementares, para que não surjam défices calóricos/nutricionais. A dieta de evicção dos alimentos reconhecidos como mais alergénicos e a dieta orientada pelos resultados da avaliação alergológica são mais práticas29. No entanto, a primeira, dada a grande diversidade de alimentos a evitar, condiciona uma dieta muito restritiva e, eventualmente, desnecessária, podendo também condicionar deficiências nutricionais. Além disso, a eficácia parece ser ligeiramente superior para a dieta orientada pelo estudo alergológico (76 versus 74%), como referido anteriormente. Após a remissão da doençam os alimentos devem ser reintroduzidos na dieta de forma gradual, mantendo aqueles que não levam a recorrência29. A evicção prolongada de alimentos para os quais existe uma sensibilização assintomática, pode levar à ocorrência de reações sistémicas IgE mediadas, aquando da sua reintrodução na dieta.